Por correspondentes da Patrulha Verde – Porto Velho, RO; Brasília – DF.
Contribuiu Roberto Kuppe
Dois dos principais territórios protegidos de Rondônia estão sendo consumidos por incêndios de grandes proporções, delatando a indiscutível crescente destruição ambiental na Amazônia.
O próprio Governador, Marcos Rocha, tentou em 2022, por canetaço, acabar com a área protegida.
Desde então, a SEDAM/RO assumiu a postura de omissão ativa e planejada para auxiliar na destruição ambiental.
A Estação Ecológica Soldado da Borracha e o Parque Estadual Guajará-Mirim estão entre as áreas mais afetadas, com registros de destruição que somam centenas de milhares de hectares.
Estação Ecológica Soldado da Borracha: fogo e crimes ambientais
Localizada entre os municípios de Porto Velho e Cujubim, a Estação Ecológica Soldado da Borracha, criada em 2018 para preservar ecossistemas e fomentar pesquisas científicas, enfrenta incêndios incontroláveis desde julho.
De acordo com documentos acessados pela reportagem, as primeiras chamas foram identificadas em 12 de julho, mas a resposta oficial veio apenas quase dois meses depois, quando o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), órgão federal, começou a atuar.
Além das queimadas, agentes do PrevFogo encontraram evidências de crimes ambientais, incluindo áreas de floresta derrubadas e galões de veneno utilizados para desmatamento químico.
Esses galões estavam próximos a uma residência, indicando possível ocupação irregular da unidade de conservação.
Apesar de o governo estadual ainda não divulgar a área total devastada, dados do Sistema de Proteção da Amazônia apontam que 163 mil hectares já foram consumidos pelo fogo na região onde a estação está localizada.
Parque Estadual Guajará-Mirim: destruição recorde
Outro foco de preocupação é o Parque Estadual Guajará-Mirim, onde as chamas já destruíram 107 mil hectares, quase metade da área total da unidade de conservação.
Esse é o maior registro de queimadas ativas em Rondônia neste ano e contribui para o aumento nos índices alarmantes de devastação ambiental.
O estado apresenta o maior número de focos de incêndio em cinco anos, com 8.407 registros até setembro, conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Um cenário de retrocessos ambientais
A destruição das unidades de conservação reflete a fragilidade da gestão ambiental em Rondônia. Desde janeiro, a Polícia Ambiental realizou quase 2 mil atendimentos relacionados a crimes ambientais, aplicando mais de R$ 262 milhões em multas e efetuando 970 prisões.
No entanto, a devastação continua em ritmo acelerado.
Especialistas apontam que a falta de fiscalização contínua e o avanço de atividades ilegais, como o uso de venenos e desmatamento químico, estão tornando as áreas protegidas cada vez mais vulneráveis.
“A resposta aos incêndios chega tarde demais, enquanto crimes ambientais avançam com total impunidade”, afirmou um especialista em conservação da Amazônia que pediu anonimato.
Emergência ambiental exige ação imediata
A crise ambiental em Rondônia exige uma resposta coordenada das autoridades federais e estaduais, além de pressão institucional para conter a devastação em uma das áreas mais críticas da Amazônia.
A destruição de ecossistemas como os encontrados na Estação Ecológica Soldado da Borracha e no Parque Estadual Guajará-Mirim compromete não apenas a biodiversidade local, mas também o equilíbrio climático global.
Enquanto a Amazônia arde, as soluções parecem ainda distantes, e as queimadas continuam a avançar, deixando um rastro de destruição difícil de reparar.
Marcos Rocha, o Governador, e seu secretário da SEDAM/RO Marco Antônio Lagos entram para a história ambiental como os piores agentes públicos nos últimos 30 anos de Rondônia.
Edição da imagem: Revista Cenarium