Rondônia é o 3º Estado com maior incidência de queimadas em outubro

Por Camila Pinheiro

PORTO VELHO (RO) – Dados do MapBiomas apontam que Rondônia aparece como o terceiro Estado brasileiro com maior incidência de queimadas florestais em outubro de 2024. Segundo o estudo, o Estado foi responsável por 8,4% das áreas queimadas no País, ficando atrás apenas do Pará (29,8%) e de Mato Grosso (15,6%).

Grande parte das queimadas no Estado está ligada ao desmatamento ilegal, que vem sendo realizado para conversão de florestas em áreas agropecuárias. Mesmo com o retorno das chuvas, o número de incêndios permanece elevado. As autoridades chegaram a informar durante o período crítico que os focos são propositais, utilizados para “limpar” os terrenos desmatados. A prática tem sido um dos principais motores da destruição ambiental no Estado​.

Além das perdas ambientais, as queimadas geram impactos na saúde, agravados pela fumaça tóxica que encobriu o Estado nos últimos meses. Durante os picos de incêndios, Porto Velho foi uma das cidades que liderou o ranking diário como a cidade com a pior qualidade do ar no planeta. Isso elevou os casos de problemas respiratórios, especialmente entre crianças e idosos, que são considerados grupos vulneráveis, levando a lotação de unidades de saúde.

Números em 2024

Em 2024, Rondônia registrou um recorde ao queimar 27.560.800 hectares de vegetação, superando o número do ano anterior, quando foram registrados 15.550.028 hectares consumidos pelo fogo. Esses dados, divulgados pelo MapBiomas, colocam o Estado na 8ª posição no ranking nacional de queimadas e indica uma crescente pressão sobre o bioma amazônico e a vegetação nativa.

Brigadistas combatem incêndios em Rondônia (Governo de Rondônia)

O aumento de mais de 77% na área queimada em apenas um ano acende um alerta sobre a intensidade das práticas de desmatamento ilegal e de queimadas para uso agropecuário no Estado.

Ações insuficientes

Os gráficos do mês de outubro do MapBiomas aponta falhas na fiscalização ambiental e indica que o combate às queimadas em Rondônia ainda é insuficiente. Apesar do monitoramento por satélites, a ausência de resposta robusta permite a continuidade das práticas ilegais. O cenário também é agravado pela escassez de recursos destinados às operações de fiscalização em campo, especialmente em áreas remotas​.

Para os ambientalistas, combater as queimadas em Rondônia exige uma abordagem integrada, combinando fiscalização rigorosa, incentivos ao uso sustentável do solo e maior conscientização das comunidades locais. Eles defendem que a proteção da Amazônia é fundamental não apenas para Rondônia, mas para o equilíbrio climático global.

CENARIUM procurou o governo estadual para comentar as ações que foram desempenhadas e quais medidas estão sendo planejadas para o futuro. Até o momento não houve retorno.

Fonte: CENARIUM

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